22 de junho de 2012

EXEMPLO A SER SEGUIDO: A CASA DAS FILARMÔNICAS


Foto : Acervo Casa das Filarmônicas

A Casa das Filarmônicas é uma entidade civil sem fins lucrativos, de direito privado, criada em 1999. Um grupo de pessoas interessadas em fomentar as atividades sociocultuais das sociedades filarmônicas da Bahia juntou esforços para a fundação de uma organização que vem se destacando no cenário social e cultural como uma referência de êxito. Ainda em 99, foi realizada o mapeamento da situação real das sociedades filarmônicas em 100 municípios baianos. A pesquisa localizou 84 filarmônicas atuando em 71 municípios. 

Reconhecendo o papel sociocultural desempenhado pelas filarmônicas e a ação positiva da Casa das Filarmônicas em implementar programas de incentivo à cultura musical no âmbito do Estado, a Secretaria da Cultura e Turismo da Bahia, o Ministério da Cultura, assim como empresas do setor privado têm apoiado esse projeto que beneficia as instituições. Atualmente, 130 sociedades filarmônicas em atividade em 105 municípios estão cadastradas, e mais de 90 se encontram em processo de formação e cadastramento, acompanhados pela Casa das Filarmônicas.

São mais de 4 mil alunos e 5 mil músicos envolvidos nas atividades apoiadas pelo projeto da Casa das Filarmônicas, que atua em três vertentes (social, cultural e musical). A Secretaria da Cultura e Turismo e o Ministério da Cultura repassaram recursos para a implementação do Banco de Partituras, considerando a importância histórica e cultural do grande acervo musical das filarmônicas. Até o momento, mais de 120 títulos estão disponíveis, inclusive na Internet, para leitura, audição e impressão, o que vem contribuindo não só para a preservação desse patrimônio musical, como oferecendo acesso a músicos, pesquisadores e instituições.

Oficina

A Oficina de Reparos inaugurada em novembro de 2001 é outro projeto da Casa das Filarmônicas. Até o momento, já foram recuperados, gratuitamente, mais de 1300 instrumentos, beneficiando 85 filarmônicas, em 61 municípios. Dezenas de crianças e jovens foram admitidos ou permaneceram nas escolas de música das filarmônicas pela possibilidade de continuar praticando a música. Além disso, jovens aprendem a técnica da recuperação de instrumentos nas dependências da Oficina de Reparos, num esforço de oferecer capacitação profissional, numa área de acentuada carência de técnicos. Alguns foram diplomados como técnicos em reparo de instrumentos de sopro e são contratados da Casa das Filarmônicas. A Oficina integra ainda um programa de acompanhamento psicopedagógico, em que são trabalhadas questões de cidadania, higiene, sexualidade, entre outros assuntos de educação básica. 

A Casa das Filarmônicas está a passos largos para consolidar o projeto chamado Oficina Itinerante. Com isso pretende-se facilitar ainda mais o acesso das filarmônicas a esse serviço, promovendo também a capacitação in loco dos jovens músicos para reparos primários, conservação e fabrico de sapatilha e calço. As Filarmônicas de Serrinha e Cachoeira foram as primeiras contempladas com esse projeto, quando tiveram seus instrumentos reparados e aprenderam sobre manuseio, limpeza e guarda de instrumental.

Instrumentalização

Mais de 1.700 novos instrumentos foram distribuídos a 97 filarmônicas, num total de 85 municípios baianos. Com o projeto de Instrumentalização, a Casa das Filarmônicas reativou mais de dez filarmônicas, ampliando o quadro de músicos e alunos, e formou outras 31 filarmônicas: Sociedade Musical José Amâncio Filho (Abaré), Filarmônica Lira São Bernardo (Alcobaça), Sociedade Filarmônica Andorinhense (Andorinha), Sociedade Filarmônica Irmãos Unidos do Oriente (Boninal), Associação Filarmônica Francisco Amaral (Caculé), Associação Filarmônica Senador Paulo Souto (Camacan), Associação Filarmônica de Cipó (Cipó), Sociedade Filarmônica Lira Conceiçoense 23 de Julho (Conceição de Feira), Sociedade Filarmônica Lira Almeidense (Conceição do Almeida), Filarmônica Guerreiros do Sol (Dias D’Ávila), Filarmônica do Povoado de Barra (Érico Cardoso), Filarmônica 5 de Novembro (Eunápolis), Sociedade Filarmônica 19 de Setembro (Ibipeba), Sociedade Filarmônica Capitania dos Ilhéos (Ilhéus), Filarmônica 23 de Abril (Itagimirim), Filarmônica Lamentos do Sertão (Lagoa Real),

Filarmônica Lá Cidadania (Lamarão), Sociedade Líteromusical de Ouriçangas (Ouriçangas), Sociedade Filarmônica 27 de Setembro (Piritiba), Filarmônica 2 de Julho (Ruy Barbosa), Sociedade Filarmônica Arte Musical Dalva Matos – OAF (Salvador), Filarmônica Instituto AraKetu (Salvador), Sociedade Filarmônica Lyra Oliveirense –SOFLO (Santo Amaro), Sociedade Filarmônica Estévão Moura (Santo Estévão), Filarmônica 14 de Maio (São Félix do Coribe), Sociedade Filarmônica Saudense (Saúde), Sociedade Filarmônica de Serra Preta (Serra Preta), Banda Filarmônica 04 de Outubro (Sobradinho), Sociedade Filarmônica Bom Jardim (Teodoro Sampaio), Filarmônica Nova Terra (Vera Cruz), Sociedade Filarmônica Amigos da Música (Wenceslau Guimarães).

A capacitação de músicos, professores e maestros é uma questão também de interesse da organização. Em agosto de 2003, foi inaugurada a Escola de Música Maestro Wanderley, no Largo do Carmo, em homenagem ao saudoso maestro João Antônio Wanderley. A Escola tem 36 alunos com idades entre 10 e 22 anos. A programação educacional é aplicada de forma complementar aos estudos regulares, abordando temas como cidadania, história da música, instrumentos de filarmônica, teoria e prática musicais, entre outros.

Os professores trabalham com base no Método de Ensino Coletivo Da Capo, programa educacional que proporciona uma maior dinamização no uso dos instrumentos e na assimilação da teoria musical, reduzindo o tempo de aprendizado. O programa já realizou oficinas de aprendizado musical, através deste bem-sucedido método, além de oficinas de canto coral e regência voltadas para a sensibilização, capacitação e incentivo às habilidades musicais dos jovens inscritos – estudantes de escolas públicas – residentes nas cidades de Feira de Santana, Juazeiro, Ilhéus, Itabuna, Jequié, Vitória da Conquista e Barreiras. A experiência pretende ainda fortalecer os conhecimentos dos multiplicadores culturais locais envolvidos nesse processo.

Selos

O Selo Editorial da Casa das Filarmônicas é outra iniciativa que amplia o apoio às sociedades filarmônicas. No lançamento, em 5 de novembro de 2003, Dia da Cultura, foi publicado o primeiro título, o livro Teoria e Leitura da Música para as Filarmônicas, de autoria do maestro Fred Dantas. A Casa das Filarmônicas apoiou e patrocinou a produção de diversos CDs de filarmônicas. E para fortalecer a memória e registro histórico dessa tradição, continua desenvolvendo, através do seu Selo Musical, iniciativas para consolidar tais registros e já materializa essa fase com a produção do CD da Sociedade Lítero Musical Minerva Cachoeirana, que no ano de 2003 comemorou 125 anos de atividade ininterrupta.

Entre as ações para a promoção das filarmônicas no Estado consta ainda que 14 delas já receberam uniformes, uma vez que o fardamento é fator determinante para a sua identidade. A recuperação e ampliação das sedes também são necessárias, devido às suas estruturas degradadas pelo tempo. Até o momento, oito sociedades filarmônicas já sofreram intervenção em suas instalações físicas. A Casa das Filarmônicas colabora para a promoção de alguns eventos de cunho cívico e festivo que servem de entretenimento para a comunidade local, e, principalmente, de troca de informações e conhecimentos. Mais de 150 participações de bandas filarmônicas foram contabilizadas nos 26 eventos promovidos pela instituição desde a sua fundação.

Fonte: http://www.fundacaocultural.ba.gov.br

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