27 de novembro de 2009

SÉRIE: GLOSSÁRIO MUSICAL - LETRA B



Bemol:
sinal usado na notação musical para baixar meio tom, sem que ela mude de nome. O duplo bemol baixa dois meios tons.

Benedicamus Domino (lat.): fórmula dialogada utilizada na liturgia como cláusula da Liturgia das Horas ou a própria Missa.

Benedicite (lat.): antiga oração de bênção da refeição nos mosteiros e nos lares cristãos.

Benedictus (lat.): segunda parte do "Sanctus", na Missa. Na Liturgia, quando se fala hoje em "Benedictus" refere-se o canto Bíblico retirado do Evangelho de São Lucas 1, 68, que começa com as palavras "Benedictus Dominus Israel" ("Bendito o Senhor, Deus de Israel") e é cantado na Liturgia das Horas, na oração matinal de Laudes. Este é, com o "Magnificat" (cantado ou rezado à tarde, na oração de Vésperas) e o "Nunc dimittis" (na oração de completas, antes de deitar), um dos cânticos maiores da Igreja Católica Romana.

Bequadro: sinal gráfico usado na notação musical para anular o efeito das alterações anteriores.

Binário: compasso ou ritmo de dois tempos, sendo forte o primeiro tempo e fraco o segundo. Os compassos simples são constituídos por tempos divisíveis por dois (divisão binária).

Bis (lat.): no fim de um refrão, por exemplo, significa que se canta "duas vezes". No fim de um concerto, o público pede a repetição de uma peça ou a execução de um número extra programa.

Bitonalidade: base de composição de uma peça musical em que estão presentes duas tonalidades em simultâneo.

Bizantino (canto): canto tradicional da Igreja ortodoxa cujas origens remontam ao canto hebraico e a tradições musicais sírias e arménias.

Blues (ingl.): música lenta e triste dos negros americanos, sobre poesia popular, que fundiu as influências das músicas europeias e africanas.

Bolero: dança espanhola, particularmente andaluza, conhecida desde finais do séc. XVIII, em compasso ternário e andamento moderado. Tornou-se também popular na América Latina e mesmo em Paris, no século XIX, sendo especialmente conhecida na música erudita pela obra homónima de Ravel.

Bombarda: instrumento de sopro em madeira, de palheta dupla, da família do oboé, usado especialmente entre os séculos XV-XVII; registo do órgão.

Bombo: membranofone, o maior dos tambores.

Bourdon: um dos registos de base do órgão de tubos, tanto na pedaleira como nos outros teclados.

Bourrée (fr.): antiga e animada dança francesa em compasso binário ou ternário, ainda hoje praticada em certas regiões de França (Berry).

Breve: unidade fundamental de duração na métrica antiga, valendo duas semibreves, que se manteve nos solfejos até meados do século XX.

BWV: abreviatura de Bach-Werke-Verzeichnis, no catálogo usado para designar as obras de Johann Sebastian Bach, segundo a organização de Wolfgang Schmieders.

Fonte: http://www.meloteca.com/dicionario-musica.htm#d

24 de novembro de 2009

SEMANA DA MÚSICA DA EMUFRN


De 23 a 28 de novembro de 2009 – Escola de Música da UFRN

A Diretoria da EMUFRN convida a comunidade acadêmica na área musical para juntos celebrarem as alegrias da música, desta feita por ocasião da Semana da Música, importante evento anual.

A Semana da Música terá em sua programação Apresentações Musicais, Lançamentos de livros, Mini Cursos, Master Classes, Palestras.

Semaninha da Música (direcionada para crianças), V Fórum de Pesquisa da EMUFRN e a realização do Prêmio EMUFRN 2009

Podem participar ativamente da nossa programação quaisquer interessados, seja da comunidade externa ou alunos da UFRN bastando para isto efetivar a inscrição on-line atentando para as orientações dispostas no formulário.

Para mais informações acesse: http://www.musica.ufrn.br/semana2009/site/index.html


Informação enviada pelo renomado músico trompetista e maestro João Simplício.

23 de novembro de 2009

SÉRIE: MEU INSTRUMENTO MUSICAL - FLAUTA TRANSVERSAL






A história da flauta é antiga, e infelizmente não há um nome para quem a inventou.

A flauta transversal é um aerofone da família das madeiras. É um instrumento não palhetado, possuindo um orifício por onde o instrumentista sopra perpendicularmente ao sentido do instrumento, tem esse nome devido a sua posição ao ser tocada, existe desde tempos pré-históricos. Sua origem ocorreu possivelmente na Ásia Central, portanto foi utilizada amplamente entre gregos, egípcios, etruscos e hebreus na antiguidade. Sendo assim, a flauta é um dos instrumentos musicais mais antigos que se tem notícia.

O homem primitivo supostamente criou as primeiras versões da flauta, sendo constituída por ossos com alguns poucos furos. Cientistas acreditam que essas flautas primitivas não foram exclusivamente preparadas para a música, mas principalmente para a caça e comunicação.

No século VII a.C., a flauta-de-pã era usada na Grécia e se espalhava no restante da Europa, onde a flauta transversal era bastante incomum. A flauta doce apareceria no século XIII.

A flauta só ficou definitivamente conhecida na Europa a partir do século XII, tornando-se popular principalmente na Alemanha, motivo pelo qual recebeu o nome de Flauta Alemã ou Germânica. Esse nome por 800 anos diferenciou a flauta transversal da flauta doce. A flauta nessa época foi usada tanto para entretenimento como para fins militares.

Inicialmente esse instrumento era feito de um pedaço de madeira fechado em uma das extremidades e aberto na outra, com 5 orifícios. Conforme o tempo foi passando, a forma e o material da flauta evoluiu.

Até o barroco, a flauta transversal dividia igualmente o campo da instrumentação com as flautas retas, como a flauta doce. A partir do século XVIII, passou a ser mais importante. A flauta transversal como a conhecemos hoje data de 1871, a partir de um aperfeiçoamento feito pelo flautista e pesquisador de instrumentos Theobald Boehm.

Dentro de uma orquestra sinfônica há, geralmente três flautistas. É comum que as flautas na orquestra dobrem a melodia dos violinos, acrescentando-lhes suavidade e brilho.

A flauta é particularmente usada em passagens rápidas e salteadas - aliás, o virtuosismo na flauta se mostra também na agilidade. Diz-se que é o instrumento mais ágil da orquestra.

A extensão normal da flauta é de três oitavas. Estudos acústicos levaram os flautistas a conseguir obter um maior alcance no instrumento.

Segundo o maestro Sérgio Magnani, o som da flauta possui característica muito próprias em cada registro. O grave é aveludado, sensual e misterioso. O registro central é sonhador e pastoril, evocando atmosferas de pureza. O agudo é brilhante e penetrante, pode soar estridente se tocado sem cuidado.

Na flauta, a emissão do som é relativamente fácil, levando ao virtuosismo quase espontâneo no que diz respeito à velocidade. Não tão fácil é obter um som vibrante sem ser vulgar no forte ou inconsistente no piano. As dificuldades de execução apresentam-se também pela natureza heterogênea dos registros, tanto tem timbre, quanto em volume de som. O agudo é potente e brilhante, e o grave, aveludado e de difícil emissão. O controle da embocadura, por se tratar de um instrumento de embocadura livre, deve ser minucioso, já que pequenas alterações no ângulo do sopro interferem bastante no equilíbrio da afinação.

O instrumento era feito originalmente de madeira, passando-se posteriormente a fabricá-lo em prata ou outro metal, que confere uma maior intensidade do som, melhor afinação, mais facilidade de uso das chaves. Ainda há orquestras que utilizam flautas de madeira, justificando-se pela beleza de timbre inigualável.

Fontes:
http://www.flauta-br.com.br/flauta/historia-da-flauta/historia-da-flauta.asp
http://www.flautista.net/historia.html

21 de novembro de 2009

SÉRIE: GLOSSÁRIO MUSICAL - LETRA A




A: Letra que, no sistema alfabético (países anglossaxónicos), designa a nota chamada Lá no sistema silábico de Guido d'Arezzo. Na Época Medieval, a letra A já designava a nota Lá. A letra A pode também ser a abreviatura de "alto" (Cf. SATB).

A battuta: "com o compasso", é uma indicação que aparece após uma passagem (cadência, por exemplo) tocada livremente, "ad libitum".

A capella: Locução que designava inicialmente composições polifónicas como "na capella", em ritmo binário "alla breve". A partir do século XIX, passou a designar a música vocal sem acompanhamento instrumental.

ABA: forma musical estruturada em três secções ou partes, sendo a terceira uma repetição com variações da primeira, em contraste com a secção B.

Abendmusik(alem.): Traduzido literalmente, significa "Música da Tarde", designando concertos de música sacra na MarienKirche de Lübeck. Esta instituição teve um grande impulso com Buxtehude, no terceiro quartel do século XVII.

Abertura: peça instrumental que pode ou não introduzir uma obra de grande desenvolvimento, como uma ópera, cantata ou oratório.

Abreviatura: conjunto de letras que simplifica a escrita nas partituras, cada vez mais complexas a partir do século XVII. Podem ser indicações de intensidade, como p de piano, indicações de movimentos regulares, como glissandi, substituições de acordes, no caso do baixo cifrado.

Accelerando (ital.): Literalmente, significa "acelerando", apressar gradualmente o andamento de uma peça.

Accentus (lat.): canto do celebrante que preside na Liturgia Romana, ao qual o coro ou os solistas respondem em uníssono (concentus).

Acciacatura (ital. acciacare): ornamento melódico utilizado na literatura para cravo e instrumentos de tecla, em que uma nota, uma segunda menor inferior à principal, é atacada ao mesmo tempo, mantendo-se depois apenas a principal.

Acento: sinal em forma de ângulo que na posição vertical (v) significa aumento súbito da intensidade da nota, enquanto na posição horizontal (>) significa ataque forte seguido de diminuição súbita da intensidade. Na posição invsersa (<) significa ataque suave seguido de aumento súbito da intensidade.

Acidente: Sinal de notação que indica alteração de uma nota, estranha à tonalidade indicada pela armação da clave. O bemol baixa meio tom, o sustenido sobe meio tom e o bequadro anula o efeito do sustenido ou bemol.

Acompanhamento: conjunto de elementos vocais e instrumentais que estão subordinados à parte principal e a realçam, pelo seu poder expressivo, carácter rítmico e riqueza harmónica.

Acoplamento: dispositivo que, no órgão de tubos ou no cravo, permite associar as sonoridades diferentes de dois teclados.

Acorde: grupo de três ou mais sons simultâneos identificáveis como um conjunto (dó mi sol, por exemplo, com duas terceiras sobrepostas).

Acústica: capítulo da Física e da Música que estuda os fenómenos sonoros, a sua natureza, produção e propagação.

Ad libitum (lat.): como "a piacere", "senza tempo", "a capriccio", significa "à vontade", livremente, conferindo ao intérprete certa liberdade no andamento de uma passagem ou cadência.

Adagietto (ital.): diminutivo de "adagio", designa um andamento um pouco menos lento e um carácter mais ligeiro que o "adagio".

Adagio (ital.): literalmente "à vontade", designa um andamento lento de carácter sério, 100-126 batimentos por minuto. Na sinfonia, o "adagio" é, muitas vezes, o segundo andamento.

Aerofone: tipo de instrumento, como a flauta, o acordeão ou a trompete, cujo som é produzido pela vibração de uma coluna de ar dentro de um tubo. A classificação dos instrumentos feita por Hornbostel e C. Sachs distingue, além dos aerofones, os membranofones, cordofones e idiofones.

Affetto (ital.): afecto, palavra usada por G. Caccini e outros compositores do Barroco para significar um estado de alma e ornamentos vocais inspirados em afectos do texto poético.

Affetuoso (ital.): termo usado essencialmente no Barroco para exprimir um sentimento terno.

Agnus Dei (lat.): "Cordeiro de Deus", designa a tripla invocação feita na missa, com base na metáfora usada por João Baptista, no Evangelho segundo São João, e Apocalipse, para designar Jesus.

Agógica: conjunto de pequenas flutuações na execução de uma obra musical ao nível do andamento, permitindo certa liberdade de expressão e interpretação.

Agregado sonoro(cluster, em inglês): grupo de notas com pequenos intervalos entre elas, tocadas ao mesmo tempo, não identificável com os acordes da harmonia clássica.

Agudo: som de altura elevada, som "fininho", com elevado número de vibrações por segundo.

Aleatória (música): expressão que, no século XX, em obras de Boulez, Berio e Stochausen, por exemplo, apresenta certo grau de indeterminação que pode afectar vários parâmetros da estrutura global de uma obra.

Aleluia (hebr.): literalmente a palavra significa "louvai a Deus". É uma expressão e canto de louvor que aparece em alguns salmos e é utilizada nas celebrações eucarísticas ao longo do ano litúrgico, excepto na Quaresma (em que a aclamação ao Evangelho tem outra expressão menos festiva, como "Louvor a Vós, Rei da Eterna Glória").

Alemanda: canção e dança de origem germânica, de andamento moderado, em compasso quaternário 4/4, que passou a ser utilizada em França a partir do séc. XVI nas suites instrumentais.

Al fine (ital.): expressão que indica que, após a repetição da primeira parte de uma peça, se deve prosseguir "até ao fim".

Alla (ital.): palavra italiana que significa "à maneira de", como no "Rondó alla turca" de W. A. Mozart.

Alla breve (ital.): "À breve".

Alla marcia (ital.): locução italiana que significa "com carácter de marcha".

Allargando (ital.): alargando, retardando progressivamente o andamento.

Allegretto (ital.): diminutivo de allegro, indica um andamento mais lento que o allegro e pode ser acompanhado de adjectivo, "giocoso", por exemplo.

Allegro (ital.): Termo que significa inicialmente carácter "alegre" e designa um andamento rápido, entre 120-168 semínimas por minuto.

All'ottava (ital.): "à oitava", é um procedimento que permite escrever notas acima ou abaixo da pauta sem recorrer a muitas linhas suplementares.

Al segno (ital.): a expressão significa "ao sinal", indicando que uma parte da peça deve ser repetida a partir do sinal S e não desde o princípio.

Alteração: modificação da altura de uma nota em relação ao seu estado natural, através de bemol, duplo bemol, sustenido, duplo sustenido, ou bequadro.

Alternância: execução da música repartida por solista e grupo, ou dois grupos, ou dois solistas, presente tanto na música tradicional como na música erudita, sacra ou profana.

Alto: a mais grave das vozes femininas. As solistas aparecem mais frequentemente designadas por contralto.

Altura: qualidade dos sons que os torna mais graves ou mais agudos e que tem a ver com a frequência mais ou menos elevada, com o número maior ou menor de vibrações por segundo.

Âmbito: intervalo entre a nota mais grave e a nota mais aguda de uma partitura, obra vocal ou instrumento.

Ambrosiano: canto eclesiástico atribuído a Santo Ambrósio, bispo de Milão (340-397).

Amen (hebr.): usada muitas vezes por Jesus, a palavra significa "em verdade", ou "assim seja". Na liturgia, dita ou cantada, a palavra significa adesão ao que foi dito antes.

Anacrusa: nota ou grupo de notas não acentuadas que começam um trecho musical antes do primeiro tempo forte.

Análise: estudo da forma, estrutura, tonalidade, ritmo, harmonia, melodia, orquestração, temática, intensidade, dinâmica e outros parâmetros de uma obra musical.

Andamento: grau de velocidade ou movimento, mais lento ou mais rápido, de uma música.

Andante (ital.): palavra que apareceu em finais do séc. XVII e significa "andando". Designou um andamento moderado, entre o adagio e o allegro; com o romantismo, aproximou-se do adagio. A sua velocidade está entre 76-108 semínimas por minuto.

Andantino (ital.): diminutivo de andante, designa um movimento um pouco mais rápido que o andante.

Animato (ital.): andamento animado. Exemplo: andante animato.

Antecipação: técnica de composição que consiste na escrita de uma nota estranha à harmonia que pertence já ao acorde seguinte.

Antífona (gr.): elemento muito antigo da liturgia católica que se canta normalmente no princípio e no fim de um salmo ou cântico bíblico.

Antifonário: em sentido estrito, o livro que continha as antífonas para a Missa e o Ofício Divino, na liturgia católica.

A piacere (ital.): sinónimo de "ad libitum", "à vontade", livremente no que se refere ao tempo e ao uso do rubato pelo intérprete.

Apassionato (ital.): indicação essencialmente romântica que aparece na partitura a prescrever um estilo ardoroso e apaixonado.

Appoggiatura (ital.): nota (longa ou breve) estranha à harmonia do acorde, dissonante, que resolve por tom ou meio tom ascendente ou descendente.

Ar: elemento gasoso que, no canto, faz vibrar as cordas vocais e vibra quando o executante ou um mecanismo faz com que ele entre num tubo.

Arco: parte de madeira e pelo de crina de cavalo com que normalmente os vioninistas, violistas e violoncelistas friccionam as cordas do instrumento. Na partitura, a palavra indica ao violinista que deve retomar o arco, após um "pizzicato".

Argumento: resumo da intriga de uma ópera ou obra dramática.

Ária: melodia cantável, ou trecho incluído numa ópera, por exemplo, cantado a solo com acompanhamento instrumental. Na música instrumental, francesa, sobretudo, designa uma peça com carácter melódico.

Armação da clave: número de sustenidos ou bemóis que, colocados no princípio da pauta, imediatamente a seguir à clave, afectam todas as notas respectivas. A ordem dos sustenidos é "fá dó sol ré lá mi si" e a dos bemóis é "si mi lá ré sol dó fá". Se existe apenas um sustenido, na linha do Fá, por exemplo, todas as notas Fá são Fá #, a não ser que, entretanto, apareça indicação contrária (bequadro). No fundo, as alterações constitutivas fazem com que se mantenha a sequência de tons e meios tons que existe na escala de Dó maior, qualquer que seja a nota em que se comece.

Arpejo: execução sucessiva das notas de um acorde, da nota mais grave para a mais aguda, podendo também suceder o inverso.

Arranjo: transcrição de uma peça para um instrumento ou instrumentos diferentes daqueles para que foi composta, ou redução de uma obra orquestral para um instrumento.

Ars Antiqua (lat.): música que vai desde as origens da polifonia, de finais do séc. IX até ao primeiro quartel do séc. XIV.

Ars Nova (lat.): estilo polifónico na França do século XIV, com novas formas musicais como o motete a três e quatro vozes, novas temáticas musicais, ritmo e contraponto mais livres.

Articulação: execução clara do fraseado, interpretação desligada das notas de uma peça instrumental.

Assai (ital.): ligada a uma indicação de andamento, significa "bastante". "Allegro assai" significa tempo bastante rápido.

Ataque: fase inicial da produção de um som por um instrumento. Pode também significar o início, a primeira ou as primeiras notas de uma peça musical.

A tempo (ital.): locução sinónima de "tempo primo", que devolve uma peça ao andamento incial, após uma parte em que aconteceu uma aceleração ou retardamento.

Atonal: música sem um centro tonal ou nota que atraia as outras ou tenha preponderância sobre elas.

Atonalidade: característica da música em que não são aplicadas as funções e leis tonais em que repousa a música ocidental desde o Barroco.

Audição: conjunto de processos que vão desde a percepção pelo ouvido humano ao reconhecimento dos sons pela consciência.

Aumentação: Prolongação da duração de uma nota, através de um ponto, por exemplo. Processo da composição que consiste em acrescentar proporcionalmente valor às notas.

Aumentado: intervalo (ou acorde) meio tom maior do que o intervalo normal. Dó-Fá, por exemplo, é uma quarta justa; Dó-Fá# é uma quarta aumentada.

Ave Maria (lat.): a mais conhecida de todas as orações do culto católico à Virgem, cujas palavras se baseiam no Evangelho de São Lucas, na Anunciação do Anjo e Visitação de Isabel à sua prima Maria. Numerosos compositores musicaram esta oração, desde a Renascença à actualidade. A "Ave Maria" de Franz Schubert é a adaptação latina, apócrifa, de uma poesia alemã sobre a qual o compositor escreveu. Num processo questionável, Gounod acrescentou uma melodia ao primeiro prelúdio do "Cravo bem temperado", de Johann Sebastian Bach. A "Ave Maria" de Verdi é uma oração de Desdémona, da ópera "Otelo".


Fonte: http://www.meloteca.com/dicionario-musica.htm#d

20 de novembro de 2009

O MAXIXE

O maxixe nasceu primeiro como dança. Dançava-se à moda maxixe as polcas da época, as habaneras, etc. Só mais tarde nasceu a música maxixe ou o ritmo maxixe e as composições passaram a trazer impresso em suas partituras o nome de maxixe como gênero.

O maxixe foi a primeira dança urbana criada no Brasil. Surgiu nos forrós da Cidade Nova e nos cabarés da Lapa, Rio de Janeiro RJ, por volta de 1875. Conhecido como a “dança proibida”, era dançado em locais mal-vistos pela sociedade como as gafieiras da época que eram freqüentadas também por homens da sociedade, em busca de diversão com mulheres de classes sociais menos favorecidas. Considerado imoral aos bons costumes da época, além da forma supostamente sensual como seus movimentos eram executados foi perseguido pela Igreja, pela polícia, pelos educadores e chefes de família.

A época do aparecimento do maxixe (música) coincide com a popularização da schottisch (nosso xotis, aportuguesado) e da polca. Teria o maxixe nascido exatamente da descida da polca, dos pianos dos salões para a música dos choros, à base de flauta, violão e ofclide. Transformada a polca em maxixe, via lundu dançado e cantado, por meio de uma estilização musical realizada pelos músicos dos conjuntos de choro, a descoberta do novo gênero de dança chegou ao conhecimento das outras classes sociais do Rio de Janeiro quase ao mesmo tempo em que a sua criação. Os veículos de divulgação da nova dança, foram os bailes das sociedades carnavalescas e o teatro de revista.

Segundo uma versão de Villa-Lobos, o maxixe tomou esse nome de um indivíduo apelidado Maxixe que, num carnaval, na sociedade Estudantes de Heidelberg, dançou um lundu de uma maneira nova. Foi imitado e toda gente começou a dançar como o Maxixe. Jota Efegê no seu maravilhoso livro Maxixe - a dança excomungada, editado em 1974 não corrobora esta versão. Mas também não consegue explicar a origem do nome. Em suas exaustivas pesquisas ele encontrou uma variedade grande de explicações que dão à origem do maxixe, até hoje, um certo ar de mistério.

A música denominada maxixe só se firmou como tal depois da dança se haver caracterizado plenamente. Dançava-se maxixe, ou à moda maxixe, as polcas, as habaneras, a polca-lundu e posteriormente até o tango brasileiro, chamado de tanguinho. As primeiras partituras a apresentarem o nome maxixe como gênero de música, só apareceram por volta de 1902 a 1903.

Sua entrada nos salões elegantes das principais capitais brasileiras foi terminantemente proibida até que, em 1914, Nair de Tefé, primeira dama do país, esposa do então presidente Hermes da Fonseca, iria escolher um maxixe, o "Gaúcho" ou "Corta-jaca", de Chiquinha Gonzaga, para ser executado ao violão, nos jardins do Palácio do Catete, para escândalo de todo o país.

Como todas as criações desse nosso miscigenado povo, ele se formou musical e coreograficamente pela fusão e adaptação de elementos originados em várias partes. Segundo o que se apurou até agora, a polca européia lhe forneceu o movimento, a habanera cubana lhe deu o ritmo, a música popular afro-brasileira como o lundu e o batuque também concorreram e finalmente o jeitinho brasileiro de dançar e tocar completaram o trabalho.

Segundo Marisa Lira, o maxixe foi o primeiro passo dado para a nacionalização da nossa música popular. Os compositores da Velha Guarda dedicaram ao povo "endiabrados maxixes que entonteceram à gente daquela época".

Entre os cultores do gênero - como música e não como dança - destacam-se Irineu de Almeida, Sebastião Cyrino e Duque, Sinhô, Romeu Silva, Pixinguinha, Paulinho Sacramento, Freire Junior e Chiquinha Gonzaga - a grande maestrina brasileira, que compreendeu perfeitamente o ritmo desse gênero musical e, graças as várias facetas do seu talento, criou um maxixe para a peça "Forrobodó", uma burleta de costumes cariocas de Carlos Bittencourt e Luiz Peixoto e que fez enorme sucesso na época.

Fontes:
Memória do Rádio – Bauru-SP , Enciclopédia da Música Brasileira - Art Ed. Publifolha.
http://cifrantiga3.blogspot.com/2006/02/maxixe-dana-proibida.html

NOTA DE ESCLARECIMENTO

O responsável pelo blog do Programa Coreto esclarece e justifica aos seus internautas que o blog ficou sem ser atualizado durante esse período devido o referido organizador estar participando do I FÓRUM POTIGUAR DE PONTOS DE CULTURA, realizado em Natal.

6 de novembro de 2009

Breve História do Clarinete



A história do clarinete na primeira metade do séc. XVII traduz-se numa verdadeira luta pela sobrevivência da flauta doce e pela sua integração plena na paleta sonora da orquestra.''Inventado'' à volta de 1700 por Johann Christoph Denner, e seu filho Jacob, fabricante de instrumentos de sopro em Nuremberg partindo da idéia de aperfeiçoar a flauta doce.

A flauta doce é um instrumento praticamente sem dinâmica, ou seja, não consegue tocar forte nem com pouco volume. Denner pensava que se ele resolvesse esse problema, as pessoas iriam continuar a gostar da flauta doce. O fabricante pegou uma palheta de bambu, cortou a parte da frente do "bico" de uma flauta doce e colocou a palheta sobre o corte. Assim era inventado o chalumeau, que fornecia a dinâmica que Denner queria e já apresentava um som muito semelhante ao do clarinete. O público impressionou-se com o novo instrumento e, para frustração de Denner, a flauta doce decaiu ainda mais por causa do chalumeau, sua própria invenção,pois era considerado um instrumento completamente diferente, conhecido como chalumeau ou charamela Charamela soprano do séc XVII e charamela soprano atual.

As imperfeições sonoras dos primeiros clarinetes demasiadas estridentes no registro médio/agudo e sem vigorou clareza de afinação no registro grave (que tem precisamente o nome de chalumeau), comprometeram de início a sua aceitação por parte dos músicos. Era declaradamente inferior ao oboé e à flauta seus contemporâneos no que concerne ao timbre, afinação e agilidade. Somente em meados do século XVIII, no seio da reputada orquestra de Mannheim, o clarinete irá ver concretizadas as suas possibilidades como instrumento de grande expressividade - ainda assim, o seu uso era inicialmente especificado apenas como alternativo ao oboé ou à flauta. No espaço de algumas décadas, as transformações efetuadas no clarinete(entre as quais o alongamento da campânula e a adição de três chaves as duas pré-existentes) fizeram dele o instrumento que servia idealmente o tipo de sonoridade procurada pela orquestra de Mannheim, cuja fama decorre da exploração das gradações tímbricas e expressivas de maneira inaudita.

Construído com diversas afinações, e escolhido em função das resultantes diferenças de timbre e da tonalidade da obra a executar, porrazões de facilidade de dedilhação, o clarinete começa a ser usado pelas suas capacidades líricas (de assinalar a sua utilização nos andamentos lentos das sinfonias) e não apenas pelo caráter brilhante do seu registro médio (registro de clarinete, que também já recebeu a designação de clarino). A sua principal virtude reside no controle da dinâmica que lhe permite a obtenção, mais do que qualquer outro instrumento de sopro, de uma suavidade sonora, de qualidade eminentemente vocal, capaz das nuances mais subtis. Terá sido o que impressionou Mozart na visita que efetuou a Mannheim em 1778. Dois anos mais tarde, a partitura de Idomeneo incluiu nada menos do que quatro clarinetes, em Lá, Sib, Si e Dó, de apenas três chaves e desde aí, Mozart utiliza o instrumento intensivamente nas suas óperas, assegurando-lhe também um lugar de eleição na sua música de câmara, de que são representativos o Trio K. 498 e os Quintetos K. 452 e K. 581.

Em 1812 Ivan Muller apresentou um novo design para o clarinete ao Conservatório de Paris. O novo instrumento tinha 13 chaves e o modelo mais avançado desde o trabalho desenvolvido por Denner. Muller é considerado a segunda figura mais importante no desenvolvimento do clarinete. Mozart ficou ainda mais fascinado com o som do clarinete que agora podia tocar em todas as escalas, Já que poucos compositores clássicos o utilizaram nas suas músicas ,dedicou-lhe várias peças, sendo as mais famosas o Concerto em Lá maior para clarinete e orquestra e o Quinteto em Lá maior para clarinete e cordas.

A sua escrita para o clarinete, favorecendo a beleza do registro grave do instrumento e um equilíbrio e fluência em toda a sua ampla tessitura, faz-nos pensar na escrita vocal e não é difícil imaginar tratar-se por vezes de uma voz de soprano. O uso do clarinete obbligato como dramatis persona em La Clemenza di Tito encontra-se na linha de uma tradição vienense do início do séc. XVIII, na qual se inscrevem múltiplas óperas evidenciando uma relação estreita entre a voz e o chalumeau que, tomado como objeto significante, é associado a sentimentos específicos de caráter amoroso ou pastoral.

De resto, quando se mencionam as qualidades vocais inerentes à execução e às particularidades sonoras do instrumento, ontem como hoje, as referências abundam. Veja-se o caso de Lindsay Willman, instrumentista inglês muito aclamado na primeira metade do séc. XIX, sobretudo na execução de partes obbligati incluídas no acompanhamento de árias vocais, que colaborava frequentemente com cantoras como Angelica Catalani, Henriette Sontag, Maria Malibran e Eliza Salmon. Desta última, diz-se que «a sua voz era harmoniosa e sonora como o clarinete, e quando Willman a acompanhava tornava-se difícil distinguir a voz do instrumento». O exemplo é paradigmático da influência mútua operada nos dois intérpretes, pode fazer-nos compreender por que se faz referência ao bel canto quando se fala da escola inglesa de clarinete e, sobretudo, permite-nos confirmar a riqueza em constituintes harmônicos do clarinete, sem par junto dos outros instrumentos de sopro, que lhe confere vantagem na tessitura (três oitavas e uma sexta) e na obtenção de uma sonoridade compacta.

Ao longo do séc. XIX, o talento de vários virtuosos foi decisivo para o desenvolvimento técnico do clarinete e para o aprofundamento por parte dos compositores de uma escrita idiomática própria que, pelas suas particularidades expressivas, ficou associada ao movimento romântico.Entre 1839 e 1843, H. Klosé e August Buffet (fundador da Buffet Crampon) adaptaram a mecânica do clarinete ao sistema de Teodore Boehm ( flauta) de colocação dos dedos e anéis móveis nomeadamente pela adição também de mais chaves, estenderam mais ainda a tessitura do instrumento. Apesar deste ser o sistema habitualmente utilizado hoje em dia, subsistem ainda outros sistemas como evolução do sistema Mueller como é o caso dos sistema “Albert” e “Auler” ,usados, sobretudo na Alemanha, mas pouco a pouco estão sendo substituídos pelo sistema de Boehm, por não ter cruzamento de dedos.

Evolução do Sistema de Chaves
A evolução da charamela para o clarinete, da responsabilidade de Johann Denner, traduziu-se na criação de um instrumento que na época (ap. 1690) não tinha mais do que 7 buracos e 2 chaves “operando” num curtíssimo registro tímbrico de 12ª.

Por volta de 1700, J. Denner colocou as 2 chaves de tal modo que uma delas (chamada “chave de registro”) possibilitou o aumento da tessitura do clarinete para aproximadamente 3 oitavas.

Em 1710, Jacob Denner, filho de Johannn, efetuou várias experiências na colocação das chaves descobrindo posições que permitiam atingir registros mais agudos e uma melhor afinação.

Por volta de 1740 foi introduzida a terceira chave e em 1778 o clarinete standard tinha já 5 chaves. Não obstante, nesta altura o clarinete era, sobretudo tocado por oboístas que tocavam ambos os instrumentos (oboé e clarinete) não havendo a tradição de um instrumentista se dedicar em exclusivo ao clarinete.

É curioso notar que foi para o clarinete de 5 chaves que Mozart escreveu o seu Concerto e Quinteto. É extraordinário imaginar a agilidade e virtuosismo do instrumentista a quem na altura coube a missão de executar tais obras, considerando a complexidade dinâmica, tímbrica e cromática das mesmas, por um lado, e as limitações técnicas de um instrumento com apenas 5 chaves.

O clarinete de 5 chaves manteve-se como standard até princípios do séc. 19, altura em que Ivan Muller introduziu lhe importantes modificações, de tal ordem que é por muitos considerados como o verdadeiro pai do clarinete moderno.

Ivan Muller, nascido na Rússia, fixou-se por volta de 1809 em Paris, cidade onde se situavam os principais fabricantes de instrumentos em madeira da época. Começa então a introduzir alterações na construção do clarinete, desenvolvendo intrincados mecanismos de chaves, permitindo combinações técnicas que de outro modo só seriam possíveis com recurso a dedos suplementares...

Muller apresentou o seu “invento” (um clarinete com 13 chaves) ao Conservatório de Música de Paris em 1813.... E foi chumbado redondamente. Tal rejeição não derivou diretamente do sistema apresentado por Muller, mas sim do entendimento que os mestres da época partilhavam de que este tipo de clarinete, com afinação em Sib poderia acabar com os outros tipos de clarinete então existentes (com diferentes afinações) pondo em causa a variedade tímbrica e recursiva a que tais diferentes clarinetes se prestavam.

O passo seguinte da evolução do clarinete foi à adaptação ao clarinete do sistema Boehm.

Tal como se referiu anteriormente, a introdução e estandardização do sistema Boehm decorreu a partir da adaptação do sistema usado na flauta (cuja criação é atribuída a Theobald Boehm).

A idéia básica deste sistema é que a colocação dos orifícios do instrumento é feita em função de critérios acústicos mais do que em critérios de conforto manual (os orifícios dos clarinetes não Boehm eram projetados para facilitar o manuseamento mecânico das mãos). Desta forma, o recurso às chaves para abertura e oclusão dos orifícios reveste-se de particular importância esbatendo assim as dificuldades mecânicas. O clarinete boehm é hoje em dia composto por 17 chaves.

Este sistema foi, entretanto aplicado não apenas ao clarinete, mas também ao oboé e saxofone. Um sistema híbrido é ainda utilizado no fagote.

O sistema Albert, como já se disse, ainda é usado em algumas regiões da Europa e Estados Unidos. A principal limitação deste sistema de colocação dos dedos é que “obriga”, em determinadas circunstâncias, ao cruzamento de dedos (dificuldade que o sistema Boehm ultrapassou) o que se torna particularmente limitante em passagens mais difíceis que exijam destreza de dedos.

O sistema Auler (pronuncia-se “oiler”) por seu turno, também requer o cruzamento de dedos e difere bastante do sistema Boehm. A sua principal particularidade reside na utilização de chaves com “rolamentos” semelhantes às que se encontram nos saxofones. Este tipo de clarinete apresenta um conjunto de 22 chaves e é usado, sobretudo na Alemanha.


Prof. Eduardo Weidner
Fonte: explicasax.com.br

2 de novembro de 2009

DOBRADO: UMA MÚSICA GENUINAMENTE BRASILEIRA

O dobrado é o estilo musical que desde o seu surgimento até os dias atuais mais identifica as bandas musicais brasileiras. Desta forma, nada mais justo e pertinente de que abordar o seu processo histórico, sendo primordial para isso a busca de suas origens, seu desenvolvimento e constituição como gênero musical mais tradicional das bandas de música nacionais.
Pode-se dizer que as origens do dobrado encontram-se nas incursões militares da antiguidade, mais especificamente nas cadências utilizadas pela infantaria e marcadas por tambores e instrumentos de sopro rudimentares que com o passar do tempo foram sendo desenvolvidos e aperfeiçoados até formarem as bandas militares. Com efeito, é possível perceber basicamente três tipos de cadência para as diversas situações táticas de deslocamentos militares da infantaria, são eles:

"o passo de estrada, que é uma marcha lenta e pesada, usual nos longos percursos; o passo de parada ou passo ordinário, que é uma marcha bem mais rápida, com andamento próximo ao dobro do anterior, utilizada em desfiles, continências e paradas militares; e o passo acelerado, marcha de ataque para a tomada de pontos do terreno ou na carga sobre as linhas inimigas." (ROCHA, p.08)

Além disso, as bandas militares passaram a sentir a necessidade de aumentar as composições, isso devido ao intuito de estender a duração da música militar para atender um maior percurso no deslocamento das tropas sem que tivesse que reiniciar a mesma marcha em um pequeno espaço percorrido. Assim sendo, a marcha militar (música) “foi alterada com uma dobra no numero de compassos de 16 para 32 compassos dentro de cada parte que compõem a forma tradicional deste tipo de composição” (SOUZA, 2009).

Com o passar dos anos o “passo ordinário” conhecido também por “passo dobrado” passou a designar, além da marcha (andamento) as marchas (composições) das paradas, continências e desfiles, surgindo daí os gêneros musicais “ pás-redoublé” francês, “pasodoble” espanhol e a marcha militar de “passo dobrado” em Portugal, que é ancestral direta do dobrado brasileiro. (DANTAS, apud SOUZA, 2009).

No Brasil, o “passo dobrado” europeu passou a ser executado em todo território nacional durante o século XIX, recebendo influências de vários outros gêneros musicais assim como de outras formas e especificidades culturais do país. Dessa maneira, o “passo dobrado” no país foi se distanciando cada vez mais da caracterização original do estilo europeu e foi se consolidando paulatinamente como uma marcha brasileira diferente da européia e norte-americana, com características próprias e recebe a denominação de “dobrado” o qual nesse momento já possuía “características melódicas, harmônicas, formais e contrapontísticas que o distinguiam de outros gêneros musicais, permitindo assim a sua inclusão no rol dos gêneros musicais genuinamente brasileiros”. (ROCHA, p.09)

E assim se deu o processo histórico do Dobrado Brasileiro, que hoje encanta e abrilhanta as festividades cívico-religiosas e concertos de bandas de música em todo país.


Por: Antônio Ferreira Dantas Júnior (Junhão)

REFERÊNCIAS:
  • http://maestrorochasousa.blogspot.com/2009/05/o-dobrado-1.html
  • ROCHA. José Roberto Franco da. O Dobrado: Breve Estudo de um Gênero Musical Brasileiro. Artigo. Retirando em www.liraserranegra.org.br/dobrado.pdf