Ontem à noite, dia 30 de agosto, às 19:30, a Banda Musical Euterpe Jardinense realizou uma brilhante retreta na praça Dr. José Augusto em comemoração ao seu sesquicentenário.
Com um repertório diversificado, executando dobrados e arranjos de músicas populares, a filarmônica agradou aos vários públicos presentes na praça, desde crianças até os idosos, que a aplaudiam a todo estante.
A retreta foi um sucesso, inúmeras pessoas se fizeram presentes, dentre estes, muitos ex-integrantes e ex-mestres do grupo musical que assistiram a brilhante apresentação da Euterpe, que por sua vez, não deixou nada a desejar.
Hoje, dia 31 de agosto de 2009, às 19:30 no adro do Solar Pe. Francisco Justino Pereira de Brito a Euterpe, sob regência de Orilo Segundo Dantas de Melo lançará seu primeiro CD.
Ontem, dia 29 de agosto de 2009 a noite, foi realizada às 19:30 a missa em ação de graças pelo sesquicentenário da Banda Musical Euterpe Jardinense.
Logo após, foi realizada no adro do Solar Pe. Francisco Justino Pereira de Brito uma solenidade para homenagear músicos, mestre, ex-integrantes e ex-mestres da banda Euterpe e a entrega de comendas ao mestre Orilo Segundo Dantas de Melo e ex-mestres.
Logo mais, as 19:30, haverá uma retreta da Banda Musical Euterpe Jardinense no coreto da praça Dr. José Augusto.
A Banda Musical Euterpe Jardinense, antiga "Sociedade Musical da Vila Conceição do Azevedo" deu início hoje as comemorações pelo seu sesquicentenário.
Às 05:30, os músicos da banda sob a regência do maestro Orilo Segundo Dantas de Melo realizaram uma belíssima alvorada que percorreu as principais ruas de Jardim do Seridó.
Ainda hoje, às 19:30 será realizada uma missa em ação de graças ao sesquicentenário da Banda Euterpe e posteriormente entrega de comendas no adro do Solar Pe. Francisco Justino Pereira de Brito aos ex-maestros e ex-músicos que fizeram história no grupo musical.
DO BLOG: Parabéns aos músicos e mestres da Banda Euterpe de ontem e de hoje, Heróis de seu tempo pela sua árdua, mas gratificante arte de fazer música...
29/08/2009 - (Sábado) - Abertura das Comemorações: 05h30 - Alvorada Festiva pelas ruas da cidade; 19h30 - Matriz de Nossa Senhora da Conceição: Missa Solente em Ação de Graças; 20h30 - Adro do Solar Padre Justino Pereira de Brito: Sarau Cultural, com entrega de comendas aos ex-maestros e ex-músicos que fizeram história na área musical deste município;
30/08/2009 - (Domingo) 19h30 Coreto da Praça Dr. José Augusto: retreta pela Banda de Música "Euterpe Jardinense".
31/08/2009 - (Segunda-feira) 19h30 - Adro do Solar Padre Francisco Justino Pereira de Brito: Lançamento do 1º CD da Banda de Música, com apresentação do repertório.
01/09/2009 - (Terça-feira) - Dia da Emancipação Política de Jardim do Seridó e Dia Comemorativo pelos 150 Anos de Fundação da Banda; 07h30 - Desfile Cívico pelas ruas da cidade. Tema: Prá ver a banda passar... nas ruas do meu Jardim; 09h30 - Sede da Banda: Aposição da Placa Comemorativa; 19h00 - Pórtico da cidade: Saída do desfile das Bandas de Música do Seridó; 19h30 - Adro do Solar Padre Francisco Justino Pereira de Brito: ENCONTRO DE BANDAS DE MÚSICA DO SERIDÓ.
Aqueles que se eternizam pela extensão e qualidade de suas obras, esses são os imortais.
Imortais são obstinados. Obstinados reformadores da vida. São originais... são presença do novo que corrompe a monotonia instalada pela irreflexão... transbordam ao mundo porque se preenchem dele.
A imortalidade é um prêmio à vida bem vivida. Uma indelével marca histórica, mesmo que distante da memória de muitos.
Pedro da Cruz Salgado, maestro de alma aparecidense, é um desses espíritos resolutos que se imortalizam na criação.
Sua vasta produção musical, de altíssima qualidade, demonstra um amor esmerado pela arte da composição. Encontrou a beleza na música, como ele próprio afirmava.
O renomado maestro superou as fronteiras do tempo, tornando-se, hoje, presença expandida de sua época. Sua música, duradoura, provoca um atemporal frescor n’alma. Para uns, clama a memória, para outros, pede a sensibilidade.
O maestro Pedro da Cruz Salgado figura entre os maiores compositores de dobrados para bandas de todos os tempos na história da música brasileira.
Perfila com Antonio Francisco Braga, Anacleto de Medeiros, Antonio Carlos Gomes, Francisco José Flores, Joaquim Antônio Naegele, Ernesto Julio Nazareth, Bento Mossurunga, Antônio Pedro Dantas, entre outros, na galeria dos mais expressivos compositores para bandas de música nos séculos XIX e XX.
O amigo e admirador Jorge Frederico Messas Bittar, com elegantes palavras, realça a importância deste grande músico inspirado pela flauta da musa Euterpe:
“Pedro Salgado é uma dessas criaturas originais e raras, e por que não dizer, divinas".
Sua inspiração vem do Alto, pois só assim poderia ele compor as páginas maravilhosas com que enternecem nossos corações e que são as centenas encantando os ouvintes com o seu ritmo gostoso e melodia bem brasileira.
A musicalidade de Pedro Salgado fazia dele “uma usina de inspiração". A sonoridade do mundo orquestrava em seu espírito.
O maestro é de um tempo em que havia tempo de “estar à toa", de ver "a banda” e de “ouvir coisas de amor".
Recuperar a memória deste grande músico de Aparecida é um imperativo ético. Impõe-se como condição para a construção da identidade musical local e nacional.
Uma enorme dívida de reconhecimento precisa ser paga a Pedra Salgado pela história da música genuinamente brasileira.
Aparecida e o Brasil precisam recolocar Pedra da Cruz Salgado no lugar de destaque musical do qual jamais deveria ter saído.
Filho de Bibiano da Cruz Salgado e de Dona Augusta Gonçalves Salgado, descendentes de portugueses, Pedro Salgado nasceu na cidade de Arrozal do Piraí, estado do Rio de Janeiro, em 13 de agosto de 1890.
Com apenas um ano e meio de idade, Pedro Salgado ficou órfão de pai.
Dona Augusta, mulher simples e carregada de amor aos filhos e fibra para o trabalho, ficou com a árdua tarefa de cuidar dos filhos Pedra e Antonio, o que fez com a tenacidade dos fortes.
Em 1892, porém, diante do agravamento das dificuldades, Dona Augusta, na esperança de dias melhores, mudou-se, com os meninos, para a cidade de Taubaté, importante centro urbano do Vale do Paraíba Paulista e onde residia o seu irmão mais velho. Dois anos mais tarde, transferiu-se para Quiririm, distrito da mesma cidade, a fim de morar com sua mãe, que lá residia.
A convite do Cônego Antonio Marques Henriques, em 1986, o padrasto de Dona Augusta, que era jornalista, transferiu-se com a família para Aparecida e fixou residência na rua Monte Carmelo.
O jornalista atendeu ao pedido do Cônego para ser redator do jornal "Luz D'Apparecida", um periódico de circulação semanal e que era um dos mais antigos da região e encontrava projeção nacional.
Ainda assim, a situação não ficou mais amena para a família do pequenino Pedro. Dona Augusta continuou trabalhando, arduamente, cuidando de tarefas domésticas como lavar e passar roupas "pra fora" e fazendo pequenos serviços para a igreja.
Em Aparecida, o menino Pedro Salgado, então com seis anos, encontrou um rico ambiente musical que despertou o seu gosto pela arte e, posteriormente, favoreceu o desenvolvimento de seu talento.
Imerso entre músicos de elevada capacidade de composição e execução, Pedro da Cruz Salgado passou a infância ouvindo composições primorosamente executadas por expressivos nomes da música local.
Encantado pela música, o humilde menino era presença garantida na audiência das bandas de música da cidade. Junto ao coreto, dificilmente perdia as retretas. A impertinência do petiz acabava sempre por vencer a mãe que acabava cedendo aos insistentes pedidos. Era quase impossível contê-Io em casa quando havia banda na rua.
Não bastasse ouvir, também acompanhava os músicos comprazendo-se com um pequeno mimo: freqüentemente pedia para carregar os instrumentos dos músicos da banda e, geralmente atendido, com galhardia e orgulho os empunhava. Era comum ver o menino perfilado com a banda carregando um piston.
A "música" também soava para além da casa de Pedro quando ele resolvia, com seus colegas, tomar banho nas turvas águas do rio Paraíba do Sul. A vizinhança toda podia ouvir a ralhação da mãe acompanhada da percussão do chinelo. Uma sinfonia.
Entretanto, as traquinagens da meninice não paravam por aí. Em 1900, com apenas dez anos de idade, liderou um grupo de meninos e formou uma banda de música, se é que poderia receber este nome um grupo de moleques marchando pelas ruas de Aparecida soprando instrumentos feitos de talo de folha de mamoeiro, e batendo tampas de caçarolas e panelas.